sábado, 13 de março de 2010

O Eterno Caos Moral

moda fuck - O eterno caos moral

A manipulação / está presente
No teu modo deagir / modo de discernir
Está alheio / aos absurdos das guerras
Cada vez mais / não se preocupa com a paz
Várias coisas/ acontecendo lá fora
Você não dá importância / vive só na ignorância
A tecnologia veio / nos dar conforto
Lutei para ter isso / eu sustento o meu vício

O que é que eu faço?
Pisar nos outros / como o capitalismo propõe
O que é que eu faço?
Fingir que tenho crença / e rezar por eles

O que farei?
Pisar com cuidado / para não machuca-los
O que farei?
Assumir que em nada creio / mas ações eu tomarei

O homem pode abrir sua mente
O mau pode ser perdoado
O bem pode ser ignorado
[O eterno caos moral]
O homem já não se entende
O mau pode ser culpado
O bem pode ser escutado
[O eterno caos moral]
O homem já não o satisfaz mais
O mau já não existe mais
O bem se torna algo curioso agora
[O eterno caos moral]

Manipulação / eu a odeio
Como ela me faz agir / como ela me faz discernir
Não quero ficar alheio / aos absurdos das guerras
Não quero mais deixar / de se preocupar com a paz
Tem um monte de coisa / acontecendo por aí
Vou dar devida importância /e sair dessa ignorâcia
A tecnologia tá / ferrando com agente
Me livrarei disso / fugirei desse eterno vicio

quarta-feira, 3 de março de 2010

Raul Seixas – Poeta, Filósofo, Antropólogo, Sociólogo, Psicólogo além de ótimo músico

Quem nunca gritou em coro “TOCA RAUUUL”? Quem nunca cantarolou junto “EU PREFIRO SEEEEEEEEEER ESSA METAMORFOSE AMBULANTE”? Pois bem, até ai é óbvio que todos fizeram, mas, quem ja parou pra pensar o que essa metamorfose ambulante representa? Ou se ter nascido à 10 mil anos atrás faz algum sentido?

Vamos entender um pouco... “Essa noite eu tive um sonho de sonhador, eu sonhei com o dia em que a terra parou”, “naquele dia ninguém saiu de casa, ninguém”... Nessa música ninguém faz nada porque sabe que ninguém vai sair de casa para utilizar os serviços/papéis, de outras pessoas. Podemos dizer então que Raul faz menção que todos cumprem um papel na sociedade. Se extrapolarmos um pouco podemos pensar no contexto social de que se todos fossem realmente resposáveis, se tudo funcionasse teríamos muito menos complicações...

Capim Guiné também é uma música que não faz tanto sentido à primeira vista, porém é incrível como se aplica. O cara faz de tudo no sítio dele, como diz “nem um pé de passarinho veio a terra semear”, ai então, depois que tudo está funcionando aparecem muitos bixos, “não planto capim guiná pra boi abanar rabo”... Quantas vezes você não da o sangue para algo ficar de seu agrado e muita gente usufrui do seu trabalho?

“Let me sing, Let me sing… Let me sing my rock’n’roll! Let me sing, Let me sing… Let me sing my blues and go”, “Não vim aqui querendo provar nada; Não tenho nada pra dizer também; Só vim curtir meu rockzinho antigo; Que não tem perigo de assustar ninguém”. Ele cantava o que ele achava. As músicas eram as perspectivas dele, e ainda aceitava que o que ele dizia poderia não ser o certo, pois ele não quer provar nada, só veio curtir o rockzinho antigo que não tem perigo de assutar ninguém.

Ele chegou ao auge, e descobriu a realidade de que não era la grande coisa também, apenas ilusão, apenas “ouro de tolo”.

Também aconselhou seu amigo Pedro, “quem te fez com ferro fez com fogo, Pedro, é pena que você não sabe não”, explicou pra ele que as coisas não são bem assim, que não precisa ir ao banheiro quando quer chorar, e que usar sempre o mesmo terno, sempre a mesma rotina não é algo muito gratificante, e mesmo Pedro o achando um desocupado explicava que onde Pedro ia ele também poderia ir. Relembrava os velhos dias, quando os dois pensavam sobre o mundo, e hoje Raul chama Pedro de careta e Pedro chama Raul de vagabundo. Cada um de nós é um universo. Lembra também à Pedro que tudo acaba onde começou... a vida tem fim.

Não só Pedro, mas todos nós ele fez levantar e continuar caminhando, Raul dizia: “Tenha fé na vida, tente outra vez”, “você tem 2 pés para cruzar a ponte”. “Não pense que a cabeça aguenta se você parar”. Vamos nessa.

Raul também amou, e descobriu que “ninguém é feliz tendo amado uma vez”. “Como as pedras imóveis na praia” ele ficava ao lado da amada, que achava que ele era um escravo. Mas esse rapaz perdeu o “Medo da Chuva” e “aprendeu o segredo da vida, vendo as pedras que choram sozinhas no mesmo lugar”. Vamos nos molhar e largar de aceitar tanta mentira. Não vamos nos trair jurando amor.

Além do mais, Raul afirma que é egoísta, mas que seu egoísmo é tão egoísta que chega a ser autruísta, o que não é errado de dizer, se for seguir a ordem de algumas teorias do desenvolvimento moral, tudo começa no egoísmo que evoluído é um autruísmo, mas que não deixa de ser puro egoísmo.

Raul pisou no calo de muita gente, e quando essa gente se sentim ofendida ainda eram motivos de chacota, esse cara não deixava passar e cantava aos 7 ventos, “Eu sou a mosca que pousou em sua sopa”.

“Óia o trem”, estou indo, e fica aqui um pouco do meu pensamento sobre este gênio.