terça-feira, 29 de março de 2011

Álvares de Azevedo - Se eu morresse amanhã

Se eu morresse amanhã, viria ao menos

Fechar meus olhos minha triste irmã;

Minha mãe de saudades morreria

Se eu morresse amanhã!



Quanta glória pressinto em meu futuro!

Que aurora de porvir e que manhã!

Eu perdera chorando essas coroas

Se eu morresse amanhã!



Que sol! que céu azul! que dove n'alva

Acorda a natureza mais loucã!

Não me batera tanto amor no peito

Se eu morresse amanhã!



Mas essa dor da vida que devora

A ânsia de glória, o dolorido afã...

A dor no peito emudecera ao menos

Se eu morresse amanhã!





Álvares de Azevedo

Álvares de Azevedo

Em 12 e Setembro de 1831, nascia em São Paulo, Manuel Antônio Álvares de Azevedo. Filho de Inácio Manuel Álvares de Azevedo e Maria Luiza Mota Azevedo, o poeta, contista e ensaísta Álvares de Azevedo, teria nascido na sala da biblioteca da Faculdade de Direito de São Paulo; porém, foi constatado que o nascimento se deu na casa do avô paterno, Severo Mota.

Filho de família ilustre, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1833, e em 1840 ingressou no Colégio Stoll; retornando a São Paulo em 1844. Regressou para o Rio de Janeiro no ano seguinte e matriculou-se no Colégio Pedro II. Finalmente, em 1848 entrou para a Faculdade de Direito de São Paulo. Tendo uma vida literária intensa, Álvares de Azevedo foi fundador da Revista Mensal da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano.

Fortemente influenciado por Lord Byron e Musset, Álvares de Azevedo inseriu em suas poesias elementos da linguagem desses escritores. A melancolia e a presença constante da morte eram temas perenes em suas obras.

Álvares de Azevedo era de pouca vitalidade e o desconforto das repúblicas aliado ao esforço intelectual intenso, enfraqueciam sua saúde. Entre 1851 e 1852, manifestou-se a tuberculose pulmonar, agravado por uma lesão ocasionada numa queda de cavalo ocorrida no mês anterior. Sofreu uma intervenção cirúrgica que não surtiu efeito, e faleceu às 17 horas no dia 25 de Abril de 1852. Seu corpo foi enterrado no cemitério Pedro II, na Praia Vermelha; em 1854, foi transladado para o cemitério São João Batista.

Se eu morresse amanhã foi escrita dias antes de sua morte e lida no enterro por Joaquim Manuel Macedo. Álvares de Azevedo era amigo de Bernardo Guimarães, Aureliano Lessa e José Bonifácio; com que dividiu as acomodações da Chácara dos Ingleses, em São Paulo.

Entre 1848 e 1851, publicou alguns poemas, artigos e discursos. Depois da sua morte surgiram as Poesias (1853 e 1855), cujas edições sucessivas uniram-se aos outros escritos, alguns dos quais publicados antes em separado. As obras completas, como as conhecemos hoje, compreendem: Lira dos vinte anos, Poesias diversas, O poema do frade e O conde Lopo, poemas narrativos; Macário, "tentativa dramática"; Noite na taverna, contos fantásticos; a terceira parte do romance O livro de Fra Gondicário; os estudos críticos sobre Literatura e civilização em Portugal, Lucano, George Sand, Jacques Rolla, além de artigos, discursos e 69 cartas.

Preparada para integrar As três liras, projeto de livro conjunto de Álvares de Azevedo, Aureliano Lessa e Bernardo Guimarães, a Lira dos vinte anos é a única obra de Álvares de Azevedo cuja edição foi preparada pelo poeta. Vários poemas foram acrescentados depois da primeira edição (póstuma), à medida que iam sendo descobertos.

A característica intrigante de sua obra reside na articulação consciente de um projeto literário baseado na contradição, talvez a contradição que ele próprio sentisse, na condição de adolescente.

Perfeitamente enquadrada nos dualismos que caracterizam a linguagem romântica, essa contradição é visível nas partes que formam sua obra principal, Lira dos Vinte Anos. A primeira e a terceira partes da obra mostram um Álvares adolescente, casto, sentimental e ingênuo. Já a segunda parte apresenta uma face irreverente, irônica, macabra e por vezes orgíaca e degradada de um moço-velho, isto é, um jovem em conflito com a realidade, tragado pelos vícios e amadurecido precocemente.

A obra de Álvares de Azevedo apresenta linguagem inconfundível, em cujo vocabulário são constantes as palavras que expressam seus estados de espírito, a fuga do poeta da realidade, sua busca incessante pelo amor, a procura pela vida boêmia, o vício, a morte, a palidez, a noite, a mulher... Em Lembranças de morrer, está o melhor retrato dos sentimentos que envolvem sua vida: "Descansem o meu leito solitário/ Na floresta dos homens esquecida/ À sombra de uma cruz e escrevam nela:/ - Foi poeta, sonhou e amou na vida."


Fonte: www.spectrumgothic.com.br/literatura/autores/alvares.htm

Um gigante aforismo inacabado!

Quem entendeu quando bob dylan relata de quanto tempo que nós homens teremos que guerrear,
ate que um dia nos entedessemos que isso tudo é uma grande merda

Quem aqui entendeu o porque que john lenon clamava para nos imaginarmos tanto,
De como todas as pessoas poderiam ser mais felizes se vivessemos o hoje

Quem aqui entendeu quando os pistols so queria uma sociedade mais justa e menos mesquinhas,
que ser punk nao é apenas sexo drogas e rocknroll mas uma sociedade melhor

E quando kurt gritava


ah mas pelo menos eu lembro o que os artistas brasileiros diziam

o raul seixas era doido e fazia pacto com o capeta
gilberto gil mesmo nao falava nada so queria saber de fumava um
legiao perguntava que pais é esse, mas essa e facil eu to ligado que é o brasil
ah os titas eram mo legais, mas nao lembro bem o que queriam
dead fish, porra eles sao mo politizados!


pronto ta tudo feito, eles vao mudar o brasil
eu nao sei de nada, eu sou so mais um de tantos mil
nao tenho tempo pra essas coisas de ideologias
afinal tenho que terminar esse trabalho em dois dias

ta tudo indo tao bem, uma empresa marcou entrevista
burlei no teste de QI, a moça me deu uma pista
ah, eu trabalho, sou um vencedor, vou comprar um carrão
nossa, tenho que mudar de bairro esse ta cheio de ladrão

um amigo de anos atraz me reencontrou e me chamou pra um show de rock
nossa, ele virou alcoolatra, veio com uma conversa chata sobre woodstock
agora que eu ganho bem vou mudar de amizades
, hahaha nem chorei

alguns acham isso falsidades, mas, eu tenho o que tenho porque batalhei

o amigo chato veio de novo, melhor dar um ninja se nao vou me atrasar
veio com uma ideia maluca de montar uma banda e sair por ai pra protestar
eu joguei logo na cara pra ele sair desse mundinho e cair na real
vou é ficar por aqui, to juntando uma grana pra zuar no carnaval

ah, agora tenho uma familia, moro bem, vou viajar com eles pra europa
alguns fofocam que ela só ta comigo por interesse, ela diz que me ama é isso que importa
uns gringos ficaram de olho na minha mulher enquanto eu ia no banheiro, briguei com ela

domingo, 27 de março de 2011

Maldição

O homem das indagações contagiantes
O dono das maldições ambulantes

Da magia anárquica
Da anarquia mágica

É o portador da maldição
Eu lhe rogo outra: Chufguth!
Não me faça andar na contra-mão

Raul meu amigo
Essa maré forte me cansa
mas nela morre a criança

Da maldição todasirão ter
E eu lhes rogo: Fazheb!
Morrerão antes de aprender a ler

Mutabilidade Desgastante

Antes perverso que fingidor
Antes fingidor que mal-educado
Antes mal-educado que estereotipado
Antes estereotipado que aloprado

Antes aloprado que estereotipado
Antes estereotipado que mal-educado
Antes mal-educado que fingidor
Antes fingidor que perverso

A ordem não altera o produto
O mundo não mantém o mútuo

Esperança

Você não me entende ainda!
Comê pão te pertence ainda
Comê televisão lhe prende ainda
Comê televisão de tenente ainda
Você não me entende ainda?

Ninguém me compreenderá nunca mais!
Ninguém te fornecerá cabrunca paz
Ninguém lhe apresentará calunga paz
Ninguém de cá calunga paz
Ninguém me compreenderá nunca mais?

Comê paz ninguém ainda
Calunga televisão! Que coisa linda
Comê paz ninguém ainda
Calunga televisão? Que duvida linda

Ainda ninguém calunga televisão
Comê paz? Isso traria tesão
Ainda ninguém calunga televisão
Comê paz! Isso dá tesão

Banda Holly Martin



Canal do Youtube: http://www.youtube.com/user/HollyMartinMusic










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