terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Utopia, Distopia

A etimologia da palavra utopia, em grego, significa o não-lugar, e é o termo pelo qual podemos conceber o plano desejável de uma sociedade extremamente harmônica, estável e funcional, comprometida com o bem-estar da coletividade. Plano e desejo que se fundem com o sonho e a fantasia, por isso as sociedades utópicas sempre estão circunscritas em ilhas imaginárias. A ilha sendo tomada tanto como metáfora do isolamento, para um local geograficamente afastado, cercado, protegido, quanto como um fragmento do imaginário coletivo, do mito do paraíso e do eterno da felicidade. A literatura utópica descreve um equilíbrio geral das coisas sem qualquer explicação histórica ou demonstrativa de como a progressão dos valores sociais criou uma sociedade perfeita. No entanto essa impropriedade cronológica de desenvolvimento parece ser justificada pela própria escolha da localização geográfica: na representação mítica de várias culturas, a ilha é um mundo em miniatura, completo e perfeito porque possui um valor concentrado, além de ser tomada, também, como a representação do paraíso terreno. A sociedade utópica, portanto, por estar fundamentada no ideal, não escapa de permanecer situada num para-lugar e na descontinuidade histórica, como o é a cidade de Platão ou as ilhas de Thomas More e de Francis Bacon.

O que parece ficar explícito nas utopias é uma aura de profilaxia, como se fosse possível expurgar destes mundos imaginados todo o tipo de prática social que fosse nociva, proibida ou indesejável à sociedade. O projeto inalcançável da utopia está nessa fragilidade um tanto paradoxal, de homogeneização de princípios e valores, de fazer ausência definitiva do que antes era presença, de conceber um Jardim do Éden sem serpente. Com qualidades pouco objetivas e quebráveis, o projeto estaria ameaçado pela subjetividade do sujeito, que não se (con)funde com a comunidade porque é singular, e pelo convívio social, no qual a própria natureza política do homem é responsável pelo aflorar de vícios e excessos. Afinal era assim que Jean-Jacques Rousseau compreendia a sociedade: como um jogo de poderes corruptos. Para ele o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe, o que quer dizer que, na dinâmica dos interesses individuais, a comunidade fica comprometida. E este não é um conceito anacrônico, reduzido apenas ao contexto iluminista, porque mesmo antes ou depois de Rousseau teorizar a esse respeito, as estruturas sociais revelaram modos de dominação, subversão e opressão político-social. Por isso o sonho de equilíbrio das utopias só poderia funcionar de um modo localizado, restrito e mínimo. Não há lugar para um projeto utópico fora da ilha, porque seria insustentável se aplicado a sociedades continentais e globalizadas, profundamente dependentes umas das outras, e em constante crise política. No entanto, o mais assustador é que o inverso desse caráter localista, irrealizável e abstrato da utopia, parece ser mais provável de ser atingido: as distopias operam dentro do presumível e assumem contornos mais concretos, executáveis em longo prazo, com impacto de amplitude mundial.

O sentido distópico para sociedade, ao invés de operar com a exclusão de componentes negativos para o funcionamento de uma sociedade, isola algumas dessas categorias e exagera sua negatividade. O plano da distopia parece ser realizável se esses mesmos componentes foram tomados pelo excesso, num tipo de previsão sombria do futuro. Enquanto a utopia concebe uma sociedade extemporânea, sem existência física no tempo e no espaço, a distopia fica ancorada na contemporaneidade, em espaços geográficos reconhecíveis e num tempo prospectivo. Se a utopia descreve como tudo deveria vir a ser, o sentido da distopia, por natureza, reside num pessimismo histórico, por conta das conjecturas de como o rumo desordenado da realidade pode comprometer a vida mundial.

É nesse viés que podemos ler o romance Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, como o engendrar do imaginário numa sombria prospectiva histórica. Publicado em 1932, no período entre-guerras, o romance faz uma suposição do que em longo prazo poderia acontecer com a sociedade através do crescimento desumanizado do progresso científico e material. De certa forma o sentimento de aniquilação, a deliberada exploração científica e tecnológica, a depressão econômica dos anos 30 contribuíram para a criação dessa sociedade fictícia no qual as convenções sociais são reordenadas por um estado aparentemente utópico. Sensação contraída apenas por quem faz parte do sistema, pois qualquer olhar estrangeiro poderia perceber o quanto de ilusão e alienação está por trás do que parece ser uma sociedade perfeita. Perfeito disfarce para um regime totalitário que eliminou para sempre o passado, a subjetividade e a liberdade dos indivíduos.

O apagamento da subjetividade é o princípio norteador de todo Estado Mundial criado por Huxley, no qual comunidade, estabilidade e identidade determinam o funcionamento de um sistema rígido de estruturação social. Mas ao contrário do caráter extemporâneo das utopias, a distopia deste romance é localizada num tempo determinado, o ano de 635 depois de Ford, o que no nosso calendário oficial corresponderia ao ano de 2545. Para demonstrar como o impacto da ciência alterou o mundo e seus valores, até o tempo é reorganizado, o nascimento de Jesus Cristo como marco inicial do calendário cristão é substituído pelo ano de implantação da linha de montagem na indústria, por Henry Ford. Nesse futuro não apenas Deus não existe mais, o que se louva é a ciência e sua capacidade de trazer benfeitorias à civilização. Ford ocupa, ao mesmo tempo, o lugar sagrado de Deus e Jesus nesse soturno futuro previsto por Huxley, no qual o impacto profundo da ciência sobre o indivíduo inverte uma série de valores e o torna elemento facilmente substituível de uma sociedade tecnocrata.

Nesse sentido podemos perceber a importância de Henry Ford para o sistema, porque a combinação da linha de montagens e da engenharia genética permitiu a extinção completa da família, do indivíduo, dos valores afetivos e pessoais. Em 2545 as pessoas são inteiramente geradas em laboratórios, predeterminadas geneticamente, produzidas em série, padronizadas, uniformizadas e predestinadas socialmente antes mesmo de nascerem. Esse princípio de produção em série aplicado à biologia não somente produz um grande número de seres de modo completamente artificial, como o faz por um a técnica de clonagem que gera quase uma centena de pessoas idênticas. Nesse sentido o homem está para a reprodução artificial tanto quanto a obra de arte está para reprodutibilidade técnica: perde-se a aura e o caráter único do indivíduo, propriedades que seriam parte de uma qualidade humana inalienável e indestrutível.

Por isso o sentido de identidade perde seu significado enquanto caracter próprio de um indivíduo que o distingue de outro para adquirir um permanente sentido de indiferenciação, de igualdade e conformidade assumidas como naturais. O que permite que conceitos como comunidade e identidade acabem sustentando a estabilidade social. Não somente as classes sociais a que o indivíduo deve pertencer são predestinadas nos centros de incubação, mas a conformidade às funções e aos valores sociais é condicionada por técnicas hipnopédicas. Na fase de crescimento, durante o sono, as pessoas ouvem frases axiomáticas que substituirão o superego e a própria consciência do indivíduo. Num mundo de pessoas massificadas intelectualmente, a estabilidade torna-se uma constante porque garante a manutenção de um governo que lida com pessoas sem opinião própria.

O sentido de comunidade acaba contaminando de forma viral todos os outros valores. Família, amor e monogamia, por exemplo, tornam-se obscenidades, a liberdade sexual é incentivada, cada um é de todos. E para não afetar esse equilíbrio artificial da comunidade, mesmo com a predestinação genética e a hipnopedia, o Estado controla possíveis oscilações de humor por meio de uma poderosa droga psicoativa: o soma. Equivalente ao ecstasy ou prozac de hoje, o soma era uma droga lícita fornecida como ração diária. Por meio desse aparato conformador, manifestado em duas instâncias — genética e psicológica —, a comunidade parecia viver uma utopia na qual todos eram felizes. No entanto essa felicidade apenas pode ser garantida por meio da redução do indivíduo a um objeto humano profundamente alienado.

De certa forma a alienação e a supressão de liberdades individuais parece ser uma constante tanto nas utopias quanto nas distopias. O conhecimento é um direito reservado apenas aos detentores do poder o que significa dizer que pertence a poucos. Em livros como A República, de Platão, 1984, de George Orwell, e em Admirável Mundo Novo, a literatura fora banida ou despersonalizada por ser considerada um perigoso veículo de expressão, de pensamento e de conhecimento. Mas se n’A República permanecem os filósofos, que dão conta do poder e das generalidades do conhecimento, em Admirável Mundo Novo esse tipo de saber é localizado. Os cidadãos não têm capacidade para responder nada do que esteja fora de sua especialidade. A combinação de conhecimentos pode ser nociva ao equilíbrio e ao progresso. Do mesmo modo, o passado também o é, só existindo um tempo presente, instantâneo, e o futuro, no máximo, pertence a uma conjugação do presente ou do pretérito: a história e a memória são extintas do novo mundo. Não existem museus, monumentos históricos ou livros, o passado está destruído e condenado.

Tanto as cidades utópicas de Callipolis, Amaurota ou Bensalém, quanto as duas distopias mundiais narradas na perspectiva londrina concordam que para o equilíbrio de um sistema é necessária a profilaxia dos elementos que o afetam. Nas cidades utópicas, o homem parece retornar a um estado de integração com a natureza, recuperando o sentido do bom selvagem e de nação virgem e estável. No entanto, não significa que esse retorno à natureza seja de todo positivo, porque tolhe liberdades, cria uma moral pouco flexível e gera o conformismo para uma sociedade em estagnação. Por outro lado, nas distopias a estabilidade social parece ser apenas garantida pela estabilidade individual. Por isso a necessidade do apagamento da memória e dos valores emocionais ligados à recordação, da supressão dos pais para a cura das neuroses identificadas pela psicanálise, da felicidade monitorada pelas drogas psicoativas ou da educação moral hipnopédica que torna a inteligência irracional e instintiva. O homem da distopia rejeita a natureza e volta-se para a tecnologia, a modernidade, o consumo e o progresso. Não existe tensão entre o real e o ideal porque a individualidade foi dissolvida no corpo social e proscrita de sua qualidade humana. Por trás da aparente felicidade do sistema, existe o futuro lúgubre da artificialidade do homem, da imortalidade patológica dos clones, da assepsia geral das coisas, do minimalismo do pensamento.

O irônico em distopias como Admirável Mundo Novo ou 1984 e, é desenvolver uma história a partir do ponto de vista de alguém que desliza para margem e moderadamente questiona as impropriedades do sistema. Bernard Marx, o protagonista da primeira, é torturado com o isolamento de tudo aquilo que seu condicionamento moral o fazia amar enquanto Winston Smith, o protagonista da segunda, acaba sendo exemplo de como o aparato estatal de controle conforma e reforma o indivíduo. Duas histórias que mostram o quanto a consciência crítica, o desejo e os valores afetivos podem provocar distúrbios numa ordem estabelecida. Talvez ainda mais se pensarmos que foi por amor que nossos protagonistas estranharam a ordem do mundo, e em meio ao caos do coração, intuíram que algo estava perdido para sempre. Mesmo que o passado já não exista mais, o tempo seja uma subtração, o espaço seja tão transitório e a vida tão sem sentido. A literatura das distopias parece apenas dizer que o amor a si e ao outro é o mais importante da vida E perdê-lo na tecnocracia e na virtualidade do mundo é esperar por essa solidão tão fria, essa sensação tão gasta de estar em todos os lugares e não estar em ninguém, mesmo sem poder perceber o quão admirável era o velho mundo e o antigo coração.



Marcio Markendorf, 27 anos, é escritor, ensaísta e professor de literatura. Doutorando em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil, e autor do blog www.incorrespondencias.blogspot.com

Fonte: http://contemporaneamagazine.blogspot.com/2008/12/etimologia-da-palavra-utopia-em-grego.html

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Disney, animações e a II Guerra Mundial

1941:

* Greve dos animadores dos estúdios Disney.
* Os EUA entram na Segunda Guerra Mundial, e o estúdio é solicitado a produzir material publicitário e moral para o governo.

Fonte: Wikipédia

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http://www.2guerra.com.br/sgm/index.php?option=com_content&task=view&id=699&Itemid=37

http://www.youtube.com/watch?v=Hq2JDa50Y_o

Sinopses



Asetian Bible:
A Bíblia Asetian é um trabalho oficial sobre Ancient Egyptian espiritualidade e vampirismo vida real, que apresenta a tradição Asetian para o mundo, desenvolvido em uma maneira para ambos iniciados e estudiosos.

Após milênios de sigilo elitista, uma tradição antiga quanto o próprio tempo, construído antes da fundação da humanidade, escapa do vazio da eternidade para ser visto em toda a névoa. O primeiro caminho escuro mística na história, um sistema profundo de espiritualidade predatória, ecos Asetianism a saga dos vampiros primeiro-nascido, os filhos dos deuses imortais. Após as guerras dos antigos impérios, quests dos sacerdotes do velho e longas pesquisas de inúmeros observadores ao longo dos séculos, o conhecimento sagrado do Egipto é agora revelado na teologia enigmática Asetian em um volume de palavras sagradas.

autor Internacional Luis Marques, um dos maiores especialistas do mundo na espiritualidade Asetian, é um renomado especialista em metafísica, vampirismo e conhecimento do Antigo Egito na Ordem de Aset Ka. Este trabalho, desenvolvido entre Portugal eo Egipto, foi concluída em 2007, como resultado de anos de experiência e crescimento.
Com acesso garantido aos textos classificados, conhecimento interior e práticas internas para a Ordem de Aset Ka, Luis Marques desenvolveu este livro a partir do zero de modo a ser acessível para o público em geral, apresentando uma referência sólida sobre vampirismo, magia e espiritualidade Kemetic . Uma autoridade da religião e do simbolismo antigo, o autor apresenta-nos os segredos internos dos Sábios escondida atrás da beleza de suas palavras e enigmaticamente texto inspirador ...

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Kemet:
Kemet é um livro de fotografia, que combina arte sacra e antigos mistérios religiosos, apresentado em um tom mais espiritual, como nunca antes vistas pelo público em geral, um trabalho sobre o Egito Antigo. Esta edição do Kemet, intitulada "O Ano do Apocalipse, é dedicada ao ano reverenciado de 2007, quando a Aset Ka surgiu mais uma vez do abismo, depois de milênios de sigilo elitista e sombra.
Divergindo da maioria dos livros sobre fotografia egípcio, Kemet traz o Antigo Império do Aset Ka de volta à vida, através dos olhos do Asetians mesmo que habitavam os reinos, tão longe no tempo. Apresenta as terras sagradas do Egito e seu simbolismo profundo, por meio de fotografias cuidadosamente seleccionadas, incluindo os locais não têm permissão para ser fotografado pelo público em geral, mas desta vez levado pelas mãos do Asetians-se, durante o Ano sacramental da revelação .
O resultado é uma obra magicamente vivas. Uma jóia artística, com o discernimento visual nunca antes visto fora das paredes secretos da Ordem, e agora publicamente disponível para qualquer pessoa interessada no Egito Antigo, Asetianism ou nos mistérios esquecidos da velha ...

autor Internacional Luis Marques, um dos maiores especialistas do mundo na espiritualidade Asetian, é um renomado especialista em Metafísica e conhecimento do Antigo Egito na Ordem de Aset Ka. Uma autoridade no simbolismo da religião e antigos, ele é mais conhecido pelo trabalho pioneiro literária sobre os mistérios egípcios, a Bíblia Asetian.

Tânia Fonseca, especializado em Escorpião Metafísica, é uma personalidade forte e fama de referência dentro da estrutura do Aset Ka. Sendo um dos principais nomes na área do design e da arte em projetos internos, sua sensação emocional, conhecimento estético e da sensibilidade inata foram colocados à prova neste trabalho onde une forças com Luis Marques como os fotógrafos de Kemet.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Argentina mantém "alerta amarelo" quanto ao programa nuclear brasileiro - Wikileaks

Brasília - Documentos secretos divulgados pelo Wikileaks revelaram que a Argentina mantém "alerta amarelo" em relação ao programa nuclear brasileiro, revelou hoje a página electrónica Ópera Mundi.


Segundo o sítio na Internet, documentos enviados a Washington pela embaixada dos EUA em Buenos Aires comprovam que o director encarregado de não proliferação nuclear no Ministério argentino das Relações Exteriores em 2009, Gustavo Ainchil, disse aos norte-americanos que os brasileiros "escondem tecnologia, como centrífugas".


Esta declaração foi feita durante uma reunião, em Dezembro de 2009, de representantes argentinos com o conselheiro político da embaixada dos EUA em Buenos Aires, Alex Featherstone, sobre o programa nuclear brasileiro.


A iniciativa da reunião partiu dos norte-americanos, após o embaixador argentino em Brasília ter procurado a embaixada dos EUA para reclamar do Brasil.


Duas semanas antes, o Presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad, foi recebido pelo então chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva.


"A recepção do Presidente iraniano Ahmadinejad foi especialmente preocupante para a Argentina, dadas as questões com o Irão", disse Ainchil aos norte-americanos, citado pelos documentos confidenciais enviados a Washington.


A decisão do Brasil de abrir uma missão diplomática na Coreia de Norte e a recusa do país em assinar o protocolo adicional de não proliferação nuclear, que permite inspecções nucleares com curto aviso prévio e em instalações não declaradas pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), também seriam motivo de preocupação dos argentinos.


O engenheiro naval e nuclear Leonam dos Santos Guimarães, que assessora a AIEA, disse ao Ópera Mundi que as preocupações da Argentina são, todavia, infundadas.


Guimarães lembrou que o Brasil é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Atómicas e que a Constituição brasileira veda a utilização da energia nuclear para fins não pacíficos em território nacional.


Ainda que existam desconfianças por parte da Argentina quanto ao programa nuclear brasileiro, a Presidente Cristina Kirchner assinou, em final de Janeiro deste ano, um acordo com o novo Governo de Dilma Rousseff para a construção de dois reactores nucleares de pesquisa, um em cada país.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A defesa de uma internet mais justa e neutra

A defesa de uma internet mais justa e neutra
Por Nicolás Francés



EFE
Enquanto nos Estados Unidos foi aprovada em dezembro uma lei para garantir a natureza aberta e livre da internet, em países como a Espanha existe uma polêmica contínua para concretizar uma legislação similar. O que é que acontece no mundo virtual? Para qual direção deveríamos caminhar?

Nos Estados Unidos, a Comissão Federal de Comunicadores (FCC, na sigla em inglês) aprovou no dia 21 de dezembro do ano passado a lei "da neutralidade na internet".

O presidente Obama comentou então que "a lei ajudará a preservar a natureza livre e aberta de internet, por sua vez estimulando a inovação, protegendo as decisões do consumidor e defendendo a liberdade de imprensa".

E complementava estas palavras com um comunicado no qual afirmava que seu "Governo permanecerá vigilante (...) para permitir que o espírito democrático da internet continue intacto".

Tal proposta seguiu adiante após um ano de negociações e sua principal missão é impedir que os provedores de serviços se transformem em guardiães do tráfego da internet, prejudicando ou favorecendo o acesso a determinadas páginas segundo pertençam ou não a sua empresa ou aos concorrentes.

A FCC pretende com esta nova lei aumentar a confiança no mercado da internet, com a finalidade de conseguir investimento nela que ajude a criar emprego nos próximos anos nos EUA.

Além disso, também quiseram esclarecer que tentariam proteger tanto o consumidor como as empresas, sejam grandes ou pequenas, que utilizem a internet como meio para seu negócio.

Aparentemente, é um princípio básico, amável e com boas intenções que permitirá futuros avanços em uma tentativa de controlar o tráfego de internet.

Por outro lado, a nota contrária foi de dois comissários republicanos que participaram da votação e que não a quiseram apoiar, argumentando que "nada está danificado no mercado de internet para que precise ser regulado".

Por enquanto, os EUA são os primeiros que movimentam as fichas em uma tentativa de fazer de internet um lugar mais seguro, confiável e, sobretudo, rentável.

O caso espanhol


EFE
Na Espanha, no entanto, ainda há muito caminho a ser percorrido. A Ministra da Cultura, Ángeles González-Sinde, elaborou uma lei nesse sentido, denominada popularmente como "Lei Sinde", mas que em uma primeira tentativa foi rejeitada pelo Congresso espanhol.

Mas há alguns poucos dias se alcançou um acordo entre as forças políticas mais importantes do país: PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), PP (Partido Popular) e CiU (Convergência e Unión), manifestaram que estão confiantes em que se somem outros partidos para considerar que esta é "uma questão de Estado".

Para a ministra espanhola esta lei "vai permitir o desenvolvimento da indústria cultural na internet e o desenvolvimento de um novo modelo de negócio que permita aos cidadãos o acesso à cultura digital".

Neste âmbito, lembrou que milhões de falantes compartilham a língua castelhana e esta registra um crescimento que pode ser "enorme" com o desenvolvimento da difusão da cultura graças à rede.

"Haverá no futuro próximo desde direções europeias, que abordam este equilíbrio entre os direitos de todos, a outras medidas, que transformem pouco a pouco as leis adequadas para outros hábitos de um mundo analógico para a realidade que a internet criou na vida de todos os cidadãos", disse Ángeles.

No cenário desta regulação permanece a controvérsia pela pirataria que, no caso da Espanha, se transformou em um evento em massa.

Segundo dados da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, em inglês) apresentado em Londres recentemente, os espanhóis são os que mais pirateiam na União Europeia. Seus internautas têm uma visita média de 46% às páginas que oferecem produtos sem licença.

Os criadores asseguram que se a lei não funcionar, estão dispostos a continuar sua luta contra os downloads ilegais e anunciaram sua intenção de "propor (perante as instituições europeias) um modelo mais contundente de luta contra a pirataria".


EFE
O Instituto Ibercrea, que agrupa quatro entidades de gestão de direitos autorais de propriedade intelectual avalia como ineficaz o texto, que não esclarece "que pensa fazer o Estado com os prestadores de serviços que não têm domicílio fiscal na Espanha".

Por isso, considera que se devem "impulsionar medidas internacionais contra os principais sites que alojam ilegalmente conteúdos protegidos", embora qualifique de boa notícia o acordo alcançado porque foi "pactuado sobre o problema mais grave da indústria cultural espanhola".

Para o Ibercrea, "a marca Espanha está associada aos níveis de pirataria mais altos do mundo, por isso que era imprescindível a reação institucional".


EFE
Downloads legais

No meio de todo este ir e vir de leis, cabe mencionar os diferentes métodos de download legal que já existem na internet e que em países como Inglaterra e EUA estão muito difundidos.

Quanto à música, o grande aplicativo de download legal que também inclui videoclipes é o iTunes. Com preços muito acessíveis, conta com um grande público consumidor que, segundo as estatísticas, aumenta dia a dia.

Da mesma maneira, empresas como Nokia também põem à disposição de seus clientes a Ovi Store onde podem adquirir discos de longa duração e singles de maneira legal da mesma forma que fazem outras empresas ou distribuidoras, como a Vodafone.

Neste sentido, a última revolução na internet é o Spotify. Nela cada usuário pode escutar música ou descarregá-la em seu computador, segundo o nível de assinatura que possua.

Existe uma lista quase infinita de canções tanto atuais como de épocas passadas, que em função do abono, dá direito a um tipo ou outro para baixá-las.

Por outro lado, também começa a se difundir pela internet os downloads legais de séries e filmes através de plataformas como a americana NetFlix, Apple Tv, Samgung Tv e Google Tv.

Estas são apenas algumas das aplicações que existem para os usuários com a finalidade de combater a pirataria na internet. Mesmo assim, a existência de páginas que permitem o download de conteúdos protegidos pela lei intelectual de maneira gratuita é ainda uma grande realidade em muitos países do mundo.

Portanto, parece necessário uma mudança nos costumes da população para que esses hábitos concluam em favor da legalidade e dos direitos dos autores, em benefício da cultura.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Provérbio Árabe

"Há quatro espécies de homens:
O que não sabe e não sabe que não sabe: é tolo - evita-o;
O que não sabe e sabe que não sabe: é simples - ensina-o;
O que sabe e não sabe que sabe: ele dorme - acorda-o;
O que sabe e sabe que sabe: é sábio - segue-o."


Provérbio Árabe

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Abaixo-assinado contra o aumento nos salários do presidente da República, ministros e parlamentares. Dezembro/2010

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A Câmara aprovou na tarde desta quarta-feira (15/12/2010) o projeto de decreto legislativo, de autoria da Mesa Diretora da Casa, que equipara os salários de presidente da República, vice-presidente, ministros de Estado, senadores e deputados aos vencimentos recebidos atualmente pelos ministros do Supremo Tribunal Federal: R$ 26.723,13. A matéria foi aprovada simbolicamente. O texto será imediatamente remetido ao Senado, para tentar votá-lo ainda hoje. Por se tratar de decreto legislativo, o projeto precisa apenas ser aprovado nas duas Casas do Congresso, e não há necessidade da sanção do presidente da República.
Os novos salários entram em vigor a partir de 1º de fevereiro. O impacto financeiro nos dois poderes - Legislativo e Executivo - ainda estão sendo calculados. Mas só na Câmara estima-se que o aumento nos subsídios dos deputados (na ativa e aposentados) será de cerca de R$ 130 milhões.

Atualmente, deputados e senadores têm subsídios de R$ 16,7 mil. Presidente e vice recebem salário mensal de R$ 11,4 mil e ministros de Estado, R$ 10,7 mil. Os reajustes variam de 62% a 140%.

Há ainda o efeito cascata da medida nas assembleias legislativas nos estados, já que a Constituição estabelece que os deputados estaduais devem ter subsídios equivalentes a 95% dos recebidos por deputados federais. Para aumentar os seus salários, os deputados estaduais também terão que aprovar projetos nas respectivas assembleias.

Esse projeto amplia o abismo entre o Parlamento e a sociedade. É advocacia em causa própria. O percentual de 62% para os parlamentares e mais de 130% para presidente e ministros, diante da realidade brasileira, é evidentemente demasia.

Vamos mostrar a indignação do povo brasileiro quanto ao autoritarismo evidente na manipulação do orçamento e dos recursos provenientes de arrecadação de impostos e cofres públicos.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Abaixo Assinado: Asilo político para Julian Assange no Brasil

Para o Congresso Nacional!

> CLIQUE AQUI PARA ASSINAR O ABAIXO ASSINADO! <

Recentemente em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, Julian Assange declarou não apenas que tem estudado ampliar as operações do WikiLeaks no Brasil como ficaria agradecido caso nosso país lhe oferecesse asilo político. Afirma que a declaração do Presidente Lula foi corajosa, que espera a mesma postura da presidente eleita, Dilma Rousseff e que, o Brasil é grande o suficiente para ser independente da pressão dos EUA.

Atualmente Julian Assange se encontra na Inglaterra, respondendo em liberdade a uma acusação inventada por razões puramente políticas. Para não entrar em muitos detalhes, se trata da acusação de prática de sexo consensual sem o uso de preservativos, criminosamente referida como “estupro”.

O trabalho de Assange e de sua organização, trata-se, tão somente, de prover condições para que as pessoas possam fazer suas denúncias sem serem identificadas, e de garantir a veiculação necessária para essas denúncias. Entretanto, como essas denúncias envolvem grandes interesses, como os interesses de grandes empresas, de empresários que realizam contratos com o governo dos Estados Unidos, e de bancos, primeiramente tentaram encerrar as suas operações e, ao não obter sucesso, trataram de deter seu editor-chefe.

Por esse motivo, como a mesma reportagem do Estado de São Paulo expõe claramente, tem sido feitas inúmeras declarações nos Estados Unidos que defendem não apenas que Assange deve ser preso, mas também que ele deve ser caçado como um terrorista (“Como Osama Bin Laden” na declaração de Sarah Palin – governadora do Alasca e ex-candidata a vice presidente do Partido Rebulicano, ou “como um terrorista High Tech” nas palavras de Joe Biden – Vice presidente dos EUA) e morto.

Por esse motivo, nós solicitamos a sua assinatura, com a intenção de motivar as autoridades do nosso país a conceder asilo político a Julian Assange. Esperamos que essa carta chegue às mãos dos deputados, senadores, ministros e presidente(a) para que assim nós possamos defender o indivíduo que se tornou um ícone pela luta deste princípio tão caro às democracias de todo o mundo: A liberdade de expressão.

Para assinar, basta acessar clicar na imagem.

Fonte: http://wikileaksbrasil.org/?p=1507#more-1507

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Un Poquito de Tanta Verdad - A Little Bit of So Much Truth (2007)

Comentário dos produtores:
"No verão de 2006 explode um levante popular massivo no estado de Oaxaca no sul do México. Alguns o compararam à Comuna de Paris. Porém, o que realmente fez historia em Oaxaca foi as novas formas de organização social que apareceram, as novas formas de tomadas de decisão, a negação de todas as instuições estatais e também o uso dos meios de comunicação.
Um Poquito de Tanta Verdad mostra o fenômeno sem precedentes que teve lugar quando dezenas de milhares de professores, donas de casa, comunidades indígenas, trabalhadores da saúde, camponeses e estudantes se apoderaram de 14 emissoras de radio e de uma emissora de televisão, utilizando-as para organizar, movimentar e finalmente defender sua luta por justiça social, cultural e econômica"

VEJA O DOCUMENTARIO (http://video.google.com/videoplay?docid=4600593988644321650#)