terça-feira, 30 de novembro de 2010

Voltaire


"(...) esse monstro enorme a que se chama público, e que tem tantos ouvidos e tantas línguas, mas ao qual faltam os olhos"

São Franscisco de Assis


Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Típico jovem que se informa apenas por algumas midias populares.



Falta de perspectiva histórica



Esse é o mais "rocks", um dinossauro que fica revoltado porque um amiguinho intelectual tira a graça dele ter aderido o solipsismo como "filosofia de vida"! Dá pra perceber que o rex é do tipo: oi eu comunista porque tal pessoa é ou está na moda dos caras diferentes.

Pérolas de Tales

"Diariamente gosto de tornar meus pensamentos visíveis, faço isso porque adoro que os outros apreciem o gosto amargo e ao mesmo tempo doce das minhas loucuras. Afinal que outro motivo eu teria para escrever."(...)

Quando perguntaram a Tales o que era difícil, ele respondeu: “Conhecer a si próprio”. Quando lhe perguntaram o que era fácil, ele respondeu: “Dar conselhos”.


domingo, 14 de novembro de 2010

Solipsismo

"Solipsismo é mais uma questão de psiquiatria do que de filosofia" K. Popper

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Fractal?


Eu acho que isso é um fractal =) irado!

Cálculo patafísico sobre o amor

Se temos
jogos de amar = jogos de armar

sendo sua variante r = consciência destruidora,

logo
jogos de amar = jogos de armar

fica
jogos de amar sobre r = jogos de amar
ou
jogos de amar/r = jogos de amar

então:

Jogos de amar é diretamente igual a amar se r, que é a variante de consciência, está sobre e embaixo de jogos de amar. Se r continua no segundo fator jogos de armar, ele ganha outro sentido e diferencia jogos de armar de jogos de amar, sendo essa diferenciação caracterizante de uma suposta igualdade paradoxal, onde, os jogos que se pratica amando podem ser diretamente afirmados por uma atitude jogadora como se alguém estivesse montando um quebra-cabeça ou coisa parecida. O grande paradoxo está no fato de que este mesmo jogador de quebra-cabeça ou xadrez ter que permanecer frio e calculista durante o jogo, ao passo de que o jogo de amar exigiria do mesmo jogador uma certa paixão e intempestividade durante o jogo.

Conclusão

Como a variante r é indivisível e irredutível, só se pode afirmar com certeza que amor = amor se estes subjugam por certo tempo esta variante r. Se esta variante r ainda não é subjugada, ela permanece vinculada ao outro fator, afirmando que amor = jogo, causando todos os mal-entendidos já citados.

A questão é: se este mesmo jogador teve tempo e vontade de fazer todos esses cálculos, então, invariavelmente ele não terá tempo nem vontade de amar ou dizer coisas bonitas.

E assim, r, esta pequenina letra, pequena como um sanguessuga, rói como um rato a roupa de todos os reis de todas as romas.
R é a letra da miséria humana, pelo menos quando se trata da matéria Amor.

Fonte: http://www.delinquente.blogger.com.br/

Um pouco sobre Terrosrismo Poético


ESTRANHAS DANÇAS NOS SAGUÕES de Bancos 24 Horas. Shows pirotécnicos não autorizados. Arte terrestre, trabalhos- telúricos como bizarros artefatos alienígenas espalhados em Parques Nacionais. Arrombe casas mas, ao invés de roubar, deixe objetos Poético-Terroristas.

Rapte alguém e faça-o feliz. Escolha alguém aleatoriamente e convença-o de que ele é herdeiro de uma enorme, fantástica e inútil fortuna: digamos 8000 quilômetros quadrados da Antártida, ou um velho elefante de circo, ou um orfanato em Bombaí, ou uma coleção de manuscritos alquímicos. Mais tarde, ele irá dar-se conta de que acreditou por alguns poucos momentos em algo extraordinário, & talvez, como resultado, seja levado a buscar uma forma mais intensa de viver.




Pregue placas comemorativas de latão em locais (públicos ou privados) onde experimentaste uma revelação ou tiveste uma experiência sexual particularmente especial, etc.


Ande nu por aí.


Organize uma greve em sua escola ou local de trabalho, com a justificativa de que não estão sendo satisfeitas suas necessidades de indolência & beleza espiritual.
A Arte do grafitti emprestou alguma graça à metrôs horrendos & rígidos monumentos públicos.
A arte Poético-Terrorista também pode ser criada para locais públicos: poemas rabiscados em banheiros de tribunais, pequenos fetiches abandonados em parques e restaurantes, arte xerocada distribuída sob limpadores de pára-brisa de carros estacionados, Slogans em Letras Grandes grudados em muros de playgrounds, cartas anônimas enviadas a destinatários aleatórios ou escolhidos (fraude postal), transmissões piratas de rádio, cimento fresco...


A reação da audiência ou o choque estético produzidopelo Terrorismo Poético deve ser pelo menos tão forte quanto a emoção do terror: nojo poderoso, excitação sexual, admiração supersticiosa, inspiração intuitiva repentina, angústia dadaísta - não importa se o Terrorismo Poético é direcionado a uma ou a várias pessoas, não importa se é "assinado" ou anônimo; se ele não muda a vida de alguém (além da do artista), ele falhou.



O Terrorismo Poético é um ato em um Teatro de Crueldade que não tem palco, nem assentos, ingressos ou paredes. Para funcionar, o TP deve ser categoricamente divorciado de todas as estruturas convencionais de consumo de arte (galerias, publicações, mídia). Mesmo as táticas guerrilheiras Situacionistas de teatro de rua já estão muito bem conhecidas e esperadas, atualmente.


Uma requintada sedução levada adiante não apenas pela satisfação mútua, mas também como um ato consciente por uma vida deliberademente mais bela: este pode ser o Terrorismo Poético definitivo. O Terrorista Poético comporta-se como um aproveitador barato cuja meta não é dinheiro, mas MUDANÇA.


Não faça TP para outros artistas, faça-o para pessoas que não perceberão (pelo menos por alguns momentos) que o que acabaste de fazer é arte. Evite categorias artísticas reconhecidas, evite a política, não fique por perto para discutir, não seja sentimental; seja impiedoso, corra riscos, vandalize apenas o que precisa ser desfigurado, faça algo que as crianças lembrarão pelo resto da vida - mas só seja espontâneo quando a Musa do TP tenha te possuído.


Fantasia-te. Deixa um nome falso. Seja lendário. O melhor TP é contra a lei, mas não seja pego. Arte como crime; crime como arte.

De Hakim Bey

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O que querem os Anarquistas?

O que querem os Anarquistas?

"Anarquia, este sonho de amor e justiça..."

"O Estado é a negação da humanidade!" Mikhail Bakunin

Em artigo bastante contundente e expressivo, Errico Malatesta, discípulo italiano do russo Bakunin, discorre sobre o que é e o que se deve fazer "Rumo à Anarquia".

Em primeiro lugar, deve-se desprezar concepções errôneas segundo as quais "anarquia" seria sinônimo de "bagunça". Anarquia é ausência de governo e mesmo de atividade parlamentar; que os agentes políticos devem atuar diretamente em busca de manter e ampliar todas as formas de participação nos aspectos decisórios da sociedade em que vivem. Ação Direta, aliás, é o nome que adotam várias organizações anarquistas pelo mundo afora.

Diz-nos Malatesta em seus "Escritos Revolucionários" que "Se quiséssemos substituir um governo por outro, isto é, impor nossa vontade aos outros, bastaria, para isso, adquirir a força material indispensável para abater os opressores e colocarmo-nos em seu lugar * Mas, ao contrário, queremos a Anarquia, isto é, uma sociedade fundada sobre o livre e voluntário acordo, na qual ninguém possa impor sua vontade a outrem, onde todos possam fazer como bem entenderem e concorrer voluntariamente para o bem-estar geral. Seu triunfo só poderá ser definitivo quando universalmente os homens não mais quiserem ser comandados ou comandar outras pessoas e tiverem compreendido as vantagens da solidariedade para saber organizar um sistema social no qual não mais haverá qualquer marca de violência ou coação".

A atividade do anarquista, do socialista utópico (em sua sublime acepção de conquista da Esperança possível) não é violenta nem repentina, mas gradual, pedagógica, passo a passo.

"Não se trata de chegar à anarquia hoje, amanhã ou em dez séculos, mas caminhar seguramente rumo à anarquia hoje, amanhã e sempre. A anarquia é a abolição do roubo e da opressão do homem pelo homem, quer dizer, abolição da propriedade privada dos meios materiais e espirituais de produção e do governo formal; a anarquia é a destruição da miséria, da superstição e do ódio entre as pessoas. Portanto, cada golpe desferido nas instituições da propriedade privada dos meios de produção e do governo é um passo rumo à anarquia. Cada mentira desvelada, cada parcela de atividade humana subtraída ao controle da autoridade, cada esforço tendendo a elevar a consciência popular e a aumentar o espírito de solidariedade e de iniciativa, assim com a igualar as condições é um passo a mais rumo à anarquia."

Os surrealistas, que há anos estão unidos aos anarquistas afirmam ainda que cada vez que um casal se une e sua união não é uma fancaria, mas a autêntica expressão do verdadeiro amor entre duas pessoas que se completam plenamente, ocorre mais um abalo no que chamam de "gigantesca caserna" em que se tornou a sociedade industrial. "O ocidente é um acidente!" denuncia Roger Garaudy em "Apelo aos Vivos" com a autoridade de quem sempre esteve nos pontos mais avançados de defesa política e filosófica do que promove o humano no mundo.

Seguindo com Malatesta: "Não podemos, de pronto, destruir o governo existente, talvez não possamos amanhã impedir que sobre as ruínas do atual governo um outro surja: mas isto não nos impede hoje, assim como não nos impedirá amanhã, de combater não importa que governo, recusando-nos a submetermos à lei sempre que isto seja contrário aos nossos imperativos de consciência. Toda a vez que a autoridade é enfraquecida, toda a vez que uma grande parcela de liberdade é conquistada e não mendigada, é um progresso rumo à anarquia. Da mesma forma, também é um progresso toda a vez que consideramos o governo como um inimigo com o qual nunca se deve fazer trégua, depois de nos termos convencido que a diminuição dos males por ele engendrados só é possível pela redução de suas atribuições e de sua força, não pelo aumento no número de governantes ou pelo fato de serem eles eleitos pelos governados. E por governo entendemos todo o indivíduo ou grupo de indivíduos, no Estado, Conselhos etc. que tenha o direito de fazer impor leis injustas sobre quem com elas não concorda".

Contundente e radical, repita-se, Malatesta e toda a tradição anarquista que lhe segue proporá a chegada a um governo auto-gestionário, do qual todos possam participar livremente. Um sistema auto-gestionário que possibilite participar livre e alegremente de todo o processo decisório e de execução do que terá sido decidido coletivamente, para que se chegue ao maior aperfeiçoamento social promotor do humano no mundo. Toda a vitória, por menor que seja, dos trabalhadores sobre as classes patronais, todo o esforço contra a exploração do homem pelo homem, toda a parcela de riqueza subtraída aos proprietários e posta à disposição daqueles que a geraram, toda a união amorosa plena entre duas pessoas que se amam intensa e sinceramente, tudo o que se fizer para melhorar as condições existenciais da maioria enfim, será mais um progresso, mais um passo rumo à anarquia, "este sonho de justiça e de amor entre os homens..."

Lázaro Curvêlo Chaves - Primavera de 2000